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Nossa Co(m)luna
Com Ricardo "Mouse"

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O Timberwolves e o draft – Parte III

1996: A seleção dos discípulos.

Zdravstvuy Camaradas! 

Mais atrasada que a alfabetização do "Auceniel", chegamos ao terceiro capítulo da NOSSA co(m)luma pra dar sequência nessa busca para entender como pode uma franquia “profissional” selecionar tão mal jogadores por tanto tempo.

No episódio anterior vimos que o Wolves, em uma decisão mais rara que uma ereção do Lobbo, acertou no draft ao selecionar Kevin Garnett, porém o time continuaria com menos respeito que o Toledo em um quarto fechado com os seus gatos por algum tempo, dessa forma escolhas altas continuariam chegando.

Com um franchise player nas mãos o Wolves teria a missão agora de cercar esse jogador de talentos que pudessem ajudá-lo a levar a franquia para o topo da NBA, e a maneira mais barata de fazer isso seria através do draft, mas antes que você se iluda mais que o Will com o plano econômico do Paulo Guedes, já te adianto que não funcionou muito bem.

Nesse episódio veremos como o Wolves começou a desperdiçar a carreira do nosso Messias.

 

Antes uma rápida revisão das categorias. 

 

Wes Johnson: Jogador draftado na loteria que não virou nada ou virou um journeyman na liga, o famoso bust.

 

Bojan Dubljieviç: Não sabe quem é? Tudo bem, nós também não. Categoria do jogador draftado fora da loteria que não virou nada ou nem pisou na liga, o famoso sérvio de 20 anos draftado no final da segunda rodada.

 

Gorgui Dieng: Jogador que você não lembra que foi draftado, joga várias temporadas na liga, desaparece e você não sabe se ele foi uma realidade ou só um delírio coletivo.

 

Andrew Wiggins: Todo torcedor do Timberwolves sabe que o Wiggins é pick do Cavs, mas como a bomba explodiu com a gente essa é a categoria daquele jogador que é útil de vez em quando e vai ter vida longa na liga, o famoso role-player.

 

Kevin Love: Saudades, já não sei se é a palavra certa para usar, o famoso all-star que foi embora.

 

Kevin Garnett: Se você não entendeu, feche o blog e vá jogar LoL.

 

 

1996: O parceiro ideal chegou!!

 

Jogador: Ray Allen

Pick: 5

Posição: SG

Categoria: Kevin Love

Comentários: Sim caro leitor, você não leu errado. No famoso draft de 1996 o Wolves usou sua quinta escolha para selecionar aquele que deveria cumprir o papel de apóstolo principal do nosso Messias Kevin Garnett, e a opção foi pelo MAIOR ARREMESSADOR DE TODOS OS TEMPOS, Ray Allen. Excelente pick certo? ERRADO!! Na mesma noite do draft o Wolves trocou Ray Allen junto com uma pick de primeira rodada de 1998 (Rasho Nesteroviĉ) com o Milwalkee Bucks por Stephon “Starbury” Marbury, pick 4 daquele mesmo draft. Dessa forma a dupla Garnett e Ray Allen só foi se juntar em 2007 em Boston, e adivinhem, foram campeões lá. Ray Allen, saudades do que a gente não viveu (Jr, Neymar 2019).

Bom, mas falemos de Marbury então. Justiça seja feita, no pouco tempo em Minnesota, Marbury sempre pareceu uma estrela em ascensão e a troca não pareceu ruim nos primeiros anos, em duas temporadas e meia com a camisa do Wolves, Starbury acumulou médias de 16.9 pontos e 8.3 assistências por jogo, parecendo ser o parceiro ideal para Kevin Garnett. Quem acompanhou a NBA no final dos anos 90 é prova de que o armador sempre entregou o que se esperava dele em quadra e as vezes até mais, apesar do estilo peladeiro. Foi com a dupla Marbury e Garnett que o Wolves alcançou os playoffs pela primeira vez na temporada 96-97 e continuaria nesse caminho até o armador ser trocado. Mas então qual foi o problema? Por que Marbury ficou tão pouco em Minnesota? Para resumir em uma palavra só, vamos de “estrelismo”. Marbury nunca se sentiu confortável no papel de Robin no Timberwolves, ser uma estrela em ascensão fez ele querer ser o “cara” de uma franquia e o Wolves já tinha a sua estrela principal, assim Starbury foi enviado para o New Jersey Nets em uma troca de três times que ainda envolveu o Bucks, em retorno o Wolves recebeu um pacote com vários jogadores, o mais conhecido deles sendo o saudoso Terrell Brandon, e uma pick de primeira rodada no draft de 1999 (Wally Szczerbiak seria draftado). Apesar de Brandon e Szczerbiak serem jogadores folclóricos em Minnesota, é certo dizer que o time nunca recuperou o valor investido em Marbury. Por outro lado, Marbury conseguiu ser o dono do Nets por um tempo, mas não durou muito, a personalidade forte fez com que o armador rodasse por Suns e Knicks antes de virar um bandeirante do basquete e rei no basquete chinês.    

 

Análise do Draft: Falando direto de 2021 fica fácil de ver que o Wolves errou feio, errou rude ao trocar Ray Allen for Stephon Marbury, mas por um bom tempo a troca pareceu bem menos ruim, até boa eu diria. Marbury e KG formaram uma dupla de sucesso no pouco tempo que jogaram juntos, uma pena que o armador não estava pronto para ser a segunda peça de um time e decidiu que seria um franchise player, em Minnesota ou em outro lugar, o outro lugar venceu e o rapaz pegou sua barca rumo a New Jersey. Mas é inegável a contribuição de Marbury para a franquia, ajudando a equipe a chegar aos playoffs pela primeira vez em sua história e chegando aos playoffs nas duas temporadas completas que ficou por lá.

 

1997: Garnett-Marbury show, hora de completar o time!!

 

Jogador: Paul Grant

Pick: 20

Posição: C

Categoria: Bojan Dubljieviç

Comentários: Com Garnett e Marbury como os seus pilares, o Wolves tinha a missão de completar o time ao redor desse núcleo jovem. Porém, como o time começou a vencer jogos as escolhas de draft foram caindo. No draft de 1997, o Wolves recebeu a escolha 20 em uma troca envolvendo o Charlotte Hornets e decidiu ir de pivô, selecionando Paul Grant. Apesar da força nominal, Grant foi uma decepção completa, nível Justin Patton, jogando apenas 4 partidas pelo Timberwolves. Com essa escolha o Wolves deixou passar alguns jogadores que tiveram carreira mais duradoura na NBA, mas ninguém que valha a pena mencionar também.

 

Jogador: Gordon Malone

Pick: 43

Posição: SF

Categoria: Bojan Dubljieviç

Comentários: Prazer, Ricardo. Quer ouvir um pouco sobre a revolução do proletariado? Esse mano nunca pisou numa quadra da NBA

 

Análise do Draft: Apesar das estrelas Tim Duncan, Chauncey Billups e Tracy McGrady, o draft de 1997 foi bem fraco e o Wolves não decepcionou, conseguiu draftar dois jogadores que não mudaram em nada a situação da franquia.

 

1998: Fim do Garnett-Marbury show, mais um pivô vindo

 

Jogador: Rasho Nesteroviĉ

Pick: 17

Posição: C

Categoria: Gorgui Dieng

Comentários: Lembra da pick de 1998 que foi trocada pelo Wolves junto com o Ray Allen por Stephon Marbury? Então, o Wolves conseguiu essa pick de volta em uma troca menor com Bucks e com ela selecionou o pivô esloveno Rasho Nesteroviĉ, isso mesmo, mais um pivô, logo depois de gastar um pick de primeira rodada em um pivô. Na busca pelo parceiro de garrafão ideal para KG, o Wolves decidiu apostar no já experiente pivô de 22 anos. Nesteroviĉ teve carreira longa e sem muito destaque na liga, sendo sempre um bom reserva para a posição 5, no Wolves ele ficou por 5 temporadas, duas delas jogando como titular. Um jogador útil e nada mais.

Quando lembramos que o Wolves poderia ter draftado Ricky Davis, Al Harrington, Rashard Lewis ou Brad Miller com essa pick, ela fica parecendo um desperdício.

Jogador: Andrae Patterson

Pick: 46

Posição: PF

Categoria: Bojan Dubljieviç

Comentários: Com a pick de segunda rodada, o Wolves decidiu optar por um reserva para KG, não funcionou. Patterson “jogou” apenas duas temporadas na NBA e não fez muita coisa. Brad Miller poderia ter sido draftado aqui.

 

Análise do Draft: O draft de 1998 é meio complicado de se analisar, isso porque Marbury iria ser trocado no meio da temporada 98-99 e não sabemos se o Wolves teria feito escolhas diferentes sabendo disso. Verdade seja dita, o time tentou reforçar o seu garrafão para brigar com os melhores times da conferência, pivôs era importantíssimos no final dos anos 90, mas não conseguiu, Nesteroviĉ nunca passou de um reserva na NBA. Por outro lado, o Wolves deixou passar por duas vezes o All-Star Brad Miller.

 

1999: O “último” draft para tentar ajudar KG

 

Jogador: Wally Szczerbiak

Pick: 6

Posição: SF

Categoria: Andrew Wiggins

Comentários: Me dói ter que classificar Szczerbiak com o selo Andrew Wiggins, mas no fim Wally foi escolhido numa posição muito alta (pick 6) e sempre foi um role player. Szczerbiak é o tipo de jogador que cola um time bom, aquele jogador que você coloca em quadra e ele sempre vai fazer as coisas certas do jeito certo. E foi isso mesmo, Szczerbiak foi parte importante da melhor fase da história do Timberwolves, jogando ao lado de Kevin Garnett e, mais tarde, sendo a quarta peça do big-three Garnett-Sprewell-Cassell. Wally chegou a ser All-Star na temporada 2001-2002, jogando 6 temporadas e meia em Minnesota antes de ser trocado na temporada 2005-2006 para o Boston Celtics, que fixação era essa do Celtics em levar os jogadores do Wolves.

 

Jogador: Willian Avery

Pick: 14

Posição: PG

Categoria: Wes Johnson

Comentários: Wolves e sua sina de draftar alto point guards que não viram nada. Will Avery jogou apenas três esquecíveis temporadas em Minnesota.

 

Jogador: Louis Bullock

Pick: 42

Posição: PG

Categoria: Bojan Dubljieviç

Comentários: Mas um clássico jogador draftado na segunda rodada que nunca pisou na NBA. Mas aqui vale o comentário, Bullock teve uma carreira bem vitoriosa na Europa, ganhando títulos e premiações individuais na Itália e na Espanha.

Análise do Draft: O Wolves começou muito bem o draft, Wally Szczerbiak pode não ter virado nenhuma super estrela, mas foi bem em todas as suas temporadas com o Wolves e estava no melhor Timberwolves da história, então ele recebe um passe livre. Já as outras escolhas, aí não dá. Com a escolha 14 o Wolves poderia ter draftado Ron Artest ou Andrei Kirilenko, e com a 42 poderia ter escolhido Manu Ginóbili. A situação fica ainda pior quando lembramos que a escolha 14 de 1999 foi a última escolha de primeira rodada do Timberwolves até 2003.

Oi? Como assim? E os drafts de 2000, 2001 e 2002? Calma jovem padawan, na próxima eu te conto a patuscada toda.

 

 

Bom camaradas. Aí estão os primeiros draft do Wolves após a seleção de Kevin Garnett, algumas escolhas boas, algumas trocas que se mostraram muito ruins e várias picks que foram simplesmente jogadas fora, o normal da franquia. Mesmo assim, Garnett estava evoluindo e vencendo, o que dava esperança para a franquia, mas no próximo capítulo vamos ver como o Timberwolves conseguiu se envolver num escândalo com a liga, perdeu suas escolhas de primeira rodada e deixou o time refém de um bom GM, spoiler alert, o GM não era bom.

Ricardo Mouse

o comunista que respira gás hélio!

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